domingo, 10 de junho de 2012

Capítulo 7 - Doando o sangue



Minha décima doação

Aqui dentro da sala de espera há uma atmosfera de relaxamento e tranqüilidade, como sempre! Enquanto espero dou uma olhada em um material sobre doação de sangue colocado junto com algumas revistas. A atendente chama meu número e confere meu cadastro com um sorriso, lembrando de perguntar se eu estou ali para doar para alguém em especial. Eu encho o peito para falar que a minha doação é voluntária. Ela sorri!

O primeiro passo é simples, medir a pressão, conferir o peso, e eu sempre acho que o furinho no dedo para medir a hemoglobina é a pior parte de tudo. Tudo certo e logo chega minha vez de falar com o médico.

Ele me olha sob os óculos enquanto faz uma pergunta após a outra. Na primeira doação, a cada pergunta eu me encolhia mais na cadeira morrendo de vergonha. Agora já acho tudo normal e apesar de já saber elas quase de memória, presto atenção e respondo com a maior honestidade. E como o médico parece ser muito simpático, aproveito para perguntar se tem algum problema eu fazer uma corrida de 15 km no final de semana. Ele explica que não há problema, desde que eu espere os 10 minutos após a coleta e fique mais tranqüilo no dia de hoje, posso correr quanto eu quiser. Ele me leva para a sala de coleta, onde sou recebido pelas enfermeiras.

Eu sempre fico um pouco nervoso ao deitar na maca: e se eu me sentir mal, ficar com medo e entrar em pânico e argh… bem, nunca acontece. E a enfermeira fica por ali a maior parte do tempo de qualquer forma. Eu deito, respiro fundo e logo me acalmo. A enfermeira desinfeta o lugar no meu braço onde a agulha vai entrar com iodo ou álcool e antes que perceba (até porque sempre olho para o outro lado) ela coloca a agulha!

O sangue começa a correr imediatamente pelo tubo transparente entre a agulha e a bolsa de sangue, que fica completamente vermelho. Não doeu, na verdade, eu nem sinto o sangue deixando o meu braço. No começo ele sai rápido, mas depois de um tempo o fluxo diminui e abro e fecho a mão para manter o ritmo. A enfermeira pergunta meu nome e RG. Ela tem que garantir que eu sou a pessoa certa e que aquela é realmente a “minha bolsa”.

Enquanto eu espero a bolsa encher, olho as pessoas ao redor e escuto o que elas conversam com os enfermeiros. Há uma doadora mais ou menos da minha idade, que chacoalha o pé enquanto espera. E tem também um homem que tem mais ou menos a idade do meu pai. Hoje há seis pessoas doando sangue ao mesmo tempo em que eu. Há também um bom número de enfermeiros, colocando pessoas para doar, arrumando as bolsas, checando nomes, e fazendo todo o tipo de coisas. A atmosfera é calma, mas ativa. E, deitado aqui, observando tudo, fico pensando: ‘alguém precisa deste sangue deixando meu braço exatamente agora’.

A bolsa logo está cheia. Levou mais ou menos 7 minutos. A enfermeira interrompe o fluxo do tubo e aproveita para encher os tubos de ensaio com a amostra do sangue que será usada para testar o tipo sanguíneo e a existência de infecções. Ela também confere o nome e o número no tubo de ensaio. Não demora muito até que tudo tenha acabado e ela retira a agulha com cuidado do meu braço e coloca um pedaço de algodão no lugar, pedindo que eu segure. Pronto! Estou me sentindo bem, mas devo ficar na maca por mais alguns minutos descansando, por garantia.

Eu observo a enfermeira quando ela deixa a sala com a bolsa de sangue e o tubo de ensaio. Ela volta em seguida e pergunta se está tudo bem comigo. Eu respondo que sim e ela me ajuda a sair da maca e me mostra a sala do lanche, onde posso descansar mais uns minutos enquanto como alguma coisa e tomo uma bebida para repor o líquido.

Assim que termino, pego minha jaqueta e volto para casa. Esta foi a 10a. vez, praticamente 5 litros de sangue doados. Saio com um sorriso, certo de que sei exatamente como o super-homem se sente quando salva uma vida.

Embora fictícia essa é a história de muitos doadores e doadoras regulares que salvam vidas todos os dias em nosso País e em todo o Mundo.


Efeitos colaterais – positivos e negativos.

Os efeitos colaterais de se doar sangue são poucos. E pouquíssimos doadores experimentam efeitos negativos! Estatisticamente, um doador pode fazer 3.000 doações sem ter um acidente.

Mas, acidentes acontecem e efeitos colaterais como: um desconforto levando a desmaios, sintomas de um nervo em contato com a agulha, ou um pequeno hematoma no local onde foi colocada a agulha; podem aparecer.

O banco de sangue tenta prevenir qualquer desconforto ao incentivar os doadores a comer e beber antes de fazer a doação; a fazer com que estes descansem por pelo menos 10 minutos após a coleta; e mantendo uma equipe de enfermeiros treinada e cuidadosa para evitar hematomas e nervos machucados. Mas é importante também que o doador informe a enfermeira caso haja o sinal de qualquer desconforto.

De qualquer forma, após um curto período de tempo, a maioria dos acidentes é tratada, o que significa que o número de ocorrências realmente sérias é muito pequeno.

Além dos efeitos negativos, há doadores que experimentaram efeitos colaterais positivos após a doação de sangue: como se sentirem mais vivos e cheios de energia após a coleta ou experimentar uma grande satisfação de ter doado o sangue e ajudado a uma outra pessoa.


“Minha primeira doação foi para avó de minha esposa que estava hospitalizada, na verdade nunca tinha pensado muito neste tipo de solidariedade. Depois da primeira doação percebi que sem muito esforço e demandando uma hora do seu tempo quatro vezes ao ano podemos ajudar muito às pessoas que necessitam deste auxílio, assim passei a ser doador assíduo e também incentivador de outras pessoas”. Eder Rezende


Resumo e Questões

O doador sempre passa por um check-up médico antes de ser encaminhado para a doação, incluindo a entrevista, que é feita com um médico responsável, onde o doador pode tirar suas dúvidas.

Antes de a agulha ser colocada, o braço é desinfetado com etanol ou iodo. A coleta leva entre 5 e 10 minutos de acordo com a pressão sanguínea do doador. A bolsa e as amostras de sangue são identificadas com etiquetas ligando o doador a sua porção de sangue; e conferidas pela enfermeira. Quando a bolsa de sangue fica cheia, a enfermeira retira também o sangue para as amostras que serão testadas para checar a existência de infecções e o tipo sanguíneo.

Após a coleta, o doador deve descansar por pelo menos 10 minutos e pode aproveitar para comer ou beber alguma coisa, repondo rapidamente os líquidos do corpo.

Os efeitos colaterais da coleta de sangue são poucos. Os acidentes mais freqüentes são indisposição levando a desmaio, hematomas na área da agulha ou sensibilidade onde um nervo tenha sido atingido pela agulha.

  1. Quais os procedimentos de segurança que sempre precedem a coleta?
  2. Quem checa se o doador e a identificação da bolsa de sangue estão corretos?
  3. Quanto tempo demora a coleta?
  4. Quais efeitos colaterais podem ocorrem em conexão com a coleta?

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